Como anda o seu olhar sobre você mesma? Inúmeros fatores em nossa sociedade fazem com que nós, mulheres, façamos uma autoanálise severa sobre quem somos. Os padrões impostos nos vitimiza e impacta diretamente em nossa autoestima. Como resultado, criamos vergonha do nosso próprio corpo e vamos adoecendo física e emocionalmente. Este foi o tema de uma live que fiz lá no instagram @denisemarcalfoto, com a orientadora sexual Vivi Quinto, criadora da Papo Íntimo (@papointtimo).
A ideia da live surgiu a partir de um questionamento feito no instagram: “O que te impede de fazer um ensaio fotográfico sensual?”. A resposta de muitas mulheres foi, justamente, a vergonha do próprio corpo. Tenho falado muito sobre isso, pois, constantemente, vejo mulheres que não se sentem confortáveis com sua autoimagem. Acreditam que não estão bem ou que não são adequadas para um ensaio. O que não é verdade. E foi sobre isso que eu e a Vivi conversamos.
Ela pontua que a baixa autoestima feminina impacta em inúmeros campos da nossa vida. Por exemplo, no amoroso e sexual. “Para termos um relacionamento saudável com o outro, é preciso que a gente se ame primeiro. Não é possível que uma pessoa sinta algo de positivo por nós se nem mesmo conseguimos sentir. Nós mulheres nos criticamos muito. Estamos sempre focadas no que temos de pior”, opina.
Para ela, é necessário que aprendamos a valorizar nossas qualidades. “A gente pode perceber nossos defeitos e buscar melhorá-los. Mas não devemos nos pôr para baixo para isso. É muito importante que a gente se liberte dos rótulos da perfeição. A sociedade lucra com o sentimento de inadequação do nosso corpo. A partir do momento que a gente se aceita, isso muda”, opina.
Para termos um relacionamento saudável com o outro, é preciso que a gente se ame primeiro
Viviane Quinto
O caminho da liberdade
Vivi adiciona que, quando nos valorizamos, passamos a nos amar com toda nossa bagagem. “A gente se ama apesar dos defeitos e aprendemos a nos ver como alguém importante e especial. Quando a gente se veste de amor, a gente transborda ele. E aí vão ficar pessoas que nos respeitam como somos e que nos valorizam também”.
O caminho para a liberdade, porém, é tortuoso. “A gente se autocritica tanto que, ao invés de melhorar, vamos piorando. E isso mexe muito com a autoestima feminina. Como resultado, vamos nos diminuindo, nos anulando e nos isolando. Na sexualidade, achamos que não merecemos o outro. E isso impacta até mesmo no sexo, pois criamos vergonha do nosso corpo. Vamos nos invalidando”, pontua Vivi.
De acordo com a orientadora sexual, isso pode trazer traumas. “A baixa autoestima acarreta em uma série de doenças físicas e mentais. Vamos criando um fantasma e alimentando ele diariamente. Por isso, é preciso compreender que somos mulheres reais. E o que é normal para um, pode não ser para o outro. E está tudo bem”.
O primeiro passo é a autoaceitação. “O outro não deve nos validar como pessoa. Compreender isso é difícil, mas necessário. É preciso lamber nossas feridas, recuar um pouco e passar por um processo profundo de autoconhecimento. Quando nós saímos do ninho que estamos escondidas, ninguém nos segura”, reflete Vivi.
Perca a vergonha de ser você
A criadora da Papo Inttimo finaliza a live dando uma série de dicas sobre como podemos adentrar nesse caminho do autoamor e autoaceitação. Mas frisa: “cada uma de nós temos o nosso tempo. É um processo que não acontece do dia para o outro. Infelizmente, na maioria das vezes, isso ocorre após uma decepção muito grande. A partir desse momento, percebemos que precisamos nos amar e nos cuidar”.
A ideia é criar um relacionamento consigo. “A gente precisa se cuidar física e emocionalmente. E esse cuidado deve ser genuíno, sem esperar nada em troca. Nós tendemos a fazer muitas coisas pela aprovação do outro e isso não pode acontecer. Não podemos permitir que o outro nos diminua e muito menos nos diminuir para caber na vida de ninguém. Precisamos passar por um momento de recolhimento, aprender a nos acolher, principalmente, nos amar e aceitar”, conclui.
O ensaio sensual como resgate
A fotografia sensual pode ser uma aliada nesse processo de cura e transformação do nosso olhar sobre nós mesmas. Com mulher, sei o que é viver uma autoestima fragilizada, que nos paralisa diante de desafios e nos deixa vulnerável a relacionamentos abusivos. Foi por isso que direcionei o meu trabalho na fotografia às mulheres, pois quero ajudá-las nesse resgate e transformação do olhar sobre si, uma jornada que sigo vivendo. Saiba mais sobre isso aqui.
A live com a Vivi Quinto está salva no meu perfil do instagram. Confira AQUI e não deixe de fazer o seu comentário.
*Esta matéria teve a colaboração de Natália Macedo.